sábado, 2 de julho de 2011

Rock Sound fala sobre Paramore


Enquanto Paramore aguarda por sua aparição no Rock For People na República Checa esse fim de semana, nós procuramos em todos nossos arquivos para conseguir uma matéria clássica escrita sobre a banda, assim que eles começaram a promover seu terceiro álbum, 'Brand New Eyes', no verão de 2009. Leia a visão reveladora sobre as tensões que quase destruiu a banda e adiquira um exemplar da edição 150 da Rock Sound para mais sobre o Paramore e a melhor música alternativa conhecida para homens, mulheres e crianças.

N dia 27 de fevereiro de 2008 uma nova edição da Rock Sound foi disponibilizadas nas bancas, supermercados e lojas de discos em todo o Reino Unido, Paramore estava na capa. A edição tinha a intenção de celebrar as 12 datas de tour pelo Reino Unido e a nomeação ao Grammy por Melhor Artista Revelação, mas a banda estava longe de estar contente. Como seu segundo álbum 'RIOT!' continuou a impulsionar a banda pra frente, a fadiga e o esforço do Paramore para lidar com o ritmo e a pressão que veio com sua posição.

'Nós sabemos que temos que ser gratos pelo que temos, nós somos', admitiu a vocalista Hayley Williams quando a entrevista para a matéria foi feita. 'Mas é difícil descobrir a linha de ser grato e saber que se você aceitar tudo que te é oferecido, você não vai durar fazendo-o.'

As palavras mostraram misteriosamente profético como 6 dias antes de a revista ser lançada, Williams postou uma mensagem online dizendo que a banda tinha 'muitas questões internas' e que estaria cancelando tour remanescentes porque eles não estavam 'dispostos a arriscar a vida da banda [deles] em mais um tour'. Palavras, fortes, mas absolutamente necessárias.

'Nós fomos nos aconselhar em casa', lembra Williams cerca de 16 meses depois. 'Nós sentamos com pessoas que tinham conhecido a banda por um longo tempo, alguém que nos forçou a sermos honestos e conversar entre nós sobre o que cada um estava sentindo, quem nós éramos e o que tinha acontecido'.

Williams relata um fato, já que está sentada na frente do ônibus de tour da banda, uma vez que estava na baía de carga do First Midwest Bank Amphitheatre no Tinley Park, um subúrbio desolado e profundamente desinteressante à 40 milhas de Chicago. O ônibus é o 3º seguido de 9 que seguia o Paramore, Bedouin Soundclash, a atração principal do tour, No Doubt e seus membros associadas. Perto daquels ônibus estão 8 caminhões articulados que trasportam a produção pela América do Norte em um tour com 44 datas que vai tocar para o público de mais de meio milhão de pessoas, enquanto faziam os membros do No Doubt consideravam cada vez mais.

Em frente à Williams está Joss Farro, ao lado dele está seu irmão baterista Zac e finalmente-oficial segundo guitarrista da banda, Taylor York. O baixista Jeremy Davis está no canto da sala vestindo uma camisa do Snoop Dog e shorts baggy. O clima é pesado, um ar estranho paira na sala. A porta para os fundos está fechada e a cortina da frente do ônibus está fechada para garantir a privacidade, passivamente aumentando a tensão. Josh senta-se inclinando sua cabeça para suas mãos, olhando para o chão, para o teto ou para qualquer outro lugar a fim de evitar qualquer envolvimento na conversa neste momento. Quando surge uma oportunidade de adiar uma pergunta, ele aceita. É claramente um momento que ele não se lembra com carinho. Williams continua a história.

'Antes daquele tour nós tivemos 2 meses fora, mas durante todo esse tempo estávamos passando por um monte de problemas pessoais, cada um de nós individualmente redescobrindo quem nós éramos', ela contempla. 'Eu lembro de estar em casa antes daquele tour, sem ver ninguém, querendo estar longe de todo mundo, eu só sentei no sofá de minha casa. Quando voltamos aos tours, estávamos exaustos, nós não tínhamos realmente redescoberto nada, não tivemos o tempo que precisávamos e não estávamos nos dando bem. Nós não gostávamos uns dos outros; nós éramos uma banda porque as pessoas esperavam que nós fôssemos. Isso não foi engraçado.'

'Não estávamos cansados só fisicamente, mas estávamos cansados de como não conversávamos uns com os outros,' Zac continua. 'Foi triste ver essas 4 caras ao redor de mim quando eu preferia estar em qualquer outro lugar'.

'Nós sempre fizemos coisas para outras pessoas', Davis acrescenta, olhando para um guardanapo em que ele estava desenhando. 'Essa foi a única vez que nós estávamos realmente nos permitindo sermos egoístas com alguma coisa'. Ninguém se lembra quem chamou, quem finalmente falou, mas alguém o fez. Os voos foram agendados, os promoters chamados e as datas remanescentes canceladas. A banda voou de volta pra casa. 'Foi sobre salvar a banda e não salvar o tour', York relembra como a banda lutou contra seus problemas nas terapias pessoais e de grupo, lutando para descobrir quem eles eram, o que havia acontecido e como e o que viria com isso.

O problema, em essência, foi a distância. Apesar de estarem nos mesmos voos, ônibus e palcos, a banda tinha parado de falar, parado de ser honesta entre si. O silêncio havia criado espaços que gentilmente facilitou separou uma amizade que existia muito antes do Paramore ser uma banda. Paramore se tornou um negócio. Paramore se tornou impessoal.
'Era uma coisa que poderia ser resolvida de uma maneira simples se nós tivéssemos sido honestos uns com os outros e sem medo de sermos vulneráveis', Williams observa com frustração. 'Eu sei que pra mim, principalmente pra mim, como uma garota, eu sempre estava achando que tinha que ser difícil, tinha que ser forte e que eu não podia chorar. Mentalmente e psicologicamente eu sempre tinha que estar no topo, porque eu não queria parecer fraca ou como uma garotinha da banda. Cada um de nós tem uma história parecida com essa e nós todos estávamos com medo de ser honestos em relação a isso e sermos sugados'.
Após a terapia eles melhoraram, mas não foram curados.

'Nós voltamos para a estrada, nos cansamos e não nos unimos novamente', Williams admite falando suavemente e lentamente, cavando buracos no chão com os olhos. 'Havia muito de mim que eu achei que não fosse aceita porque eu estava crescendo, mas eu sempre fui a irmã mais nova da banda. Eu me senti pronta para usar maquiagem, pronta para usar um vestido e estava preocupada com o que meus garotos achariam disso. Foi difícil, mesmo depois da terapia nós tivemos que aprender a conversar uns com os outros por nossa própria conta, sem a ajuda de ninguém.'

A banda fez tours com seus heróis, Jimmy Eat World, liderou Give It A Name, contribui com 'Decode' para a trilha sonora de Creúsculo, viu 'RIOT!' ser platina nos Estados Unidos, ouro no Reino Unido e lentamente se uniram novamente durante o resto de 2008. Específicos não são discutidos, rumores não são esmagados e especulações na internet não endereçadas diretamente como a banda não menciona nomes, datas, lugares ou instâncias. Nem Williams menciona como (e se) seu namorado, o guitarrista do New Found Glory, Chad Gilbert, estava envolvido. Apesar da falta de informações detalhadas, a atmosfera no ônibus mostra claramente como foi complicado, doloroso e difícil o processo foi.

'Muitas mudanças acontecem entre os 16 e 20 anos', admite Mark Mercado, um dos dois gerentes da banda contatado depois para comentar o episódio. 'Imagine se essa mudança acontece quando você está na estrada, longe da sua família e amigos. A banda é muito diferente entre si, isso é o que faz este trabalho e também o que torna as coisas difíceis. Acho que eles estão começando a entender como respeitar essas diferenças. Uma das maiores mudanças é ver cada um deles realmente tentando se comunicar com os outros. Não é sempre fácil, mas é bom ver.'

Em contraposição, a dor e as cicatrizes daquele ano veio seu primeiro single, 'Ignorance', de seu 3º álbum, 'Brand New Eyes'.
'Quando nós começamos a escrever de novo todas as coisas que eu sentia estavam começando a sair e eu estava realmente com medo', explica Williams. 'Como eu poderia mostrar minha banda, meus amigos, essa música que me fez colocá-los em um canto pelo o que eu sinto? Como eu poderia esperar que eles ainsa gostassem de mim?'

Mas mostrou à banda que ela fez e de alguma forma eles aceitaram a letra como, 'The same tricks that once fooled me / They won’t get you anywhere / I’m not the same kid from your memory / Now I can fend for myself' de 'Ignorance' e 'Next time you point the finger / I might just have to break it, break it off' de Playing God.

'Eu acho que nós lutamos em não voltar atrás e dizer nosso lado daquelas histórias, mas nós temos aprendido a lidar com isso', diz York diplomaticamente, olhando para Williams. 'Ser um músico, é aceitar que você não é a voz de uma banda. Nós confiamos e amamos a Hayley o suficiente para dar a ela esse papel, embora seja difícil às vezes.'
Mas, apesar da franqueza agressiva e da retaliação das vítimas das 3 primeiras músicas do álbum, 'Brand New Eyes', cresce a um documento coletivo recente do Paramore - e eventualmente - existência. O álbum demonstra, tanto liricamente quanto musicalmente, que agora a banda vê o mundo em termos mais sofisticados, não só em preto e branco mas nitidamente mais claro e mais escuro, com muitos tons de cinza entre eles.

'Há tantas vezes que podemos tocar "That's What You Get", Zac adimite. 'Nós amamos músicas pop e nós ainda vamos tocá-las mas nós temos mai a dizer agora. Eu amaria tocar para o Foo Fighters, mas eu também amaria tocar para o Radiohead, sabe? Algumas dessas músicas são de alguma forma diferentes, e eu acho que estamos nos movendo, só porque nosso último álbum deu certo, isso não significa que devemos repeti-lo'.

'Brand New Eyes' tem no mínimo 5 singles, 5 bombásticos, músicas carismáticas de rock que certamente irá impulsionar a banda mais acima na cadeia alimentar, mas o grande tesouro do álbum é 'Misguided Ghosts', uma música de beleza, uma beleza assombrosa gravada em apenas 1 tomada quando a banda estava na California com seu produtor, Rob Carvalho (Green Day, My Chemical Romance) durante o início de 2009.

'Na verdade nós escrevemos aquela música quando voltamos do Reino Unido depois de dar um tempo" Williams lembra. 'Taylor estava tocando ela um dia na passagem de som, eu pensei que fosse uma música de Bon Iver, talvez Iron and Wine ou alguma coisa assim, mas era nossa. Eu comecei a escrevê-la imediatamente.'

A música, delicada, decidida e sutil, uma fragilidade que só poderia ser expressada do outro lado de uma experiência dolorosa. É cruel, até irônico que o passado tumultuado da banda lhes deu a chance de iluminar seu futuro através de momentos em 'Brand New Eyes' como esse.

'Eu acho que foi a primeira vez que eu pude resumir toda emoção excêntrica que eu tive' ela mostra adicionalmente. 'A música é sobre navegar através e da dor para achar onde você se encaixa.'

'Eu acho que esse album é só uma prévia do que esta por vir no futuro da banda", empreserário Mercado adiciona depois. 'Eu acredito que eles tem o que precisa para ir onde quer que eles queiram.É nosso trabalho certificar que o passo esta certo.'

Algumas horas depois, quando Paramore se apresentou em frente a mais de 25 mil pessoas, não é difícil concordar com as palavras de seu empresário. Claro que os aplausos não são tão altos, as músicas não tão elaboradas e a produção não tão complexa para o Paramore quanto para o No Doubt, mas continua fácil de imaginar a banda lidando com audicência deste tamanho nos anos que estão por vir. 'Brand New Eyes' é o documento de um passado estressante e o projeto para um futuro mais brilhante, as músicas são mais maduras e perfeitas que a banda já escreveu
'Eu me sinto como nós fossemos capazes de crescer o quanto nós quisermos' lembra York, com o seu conhecimento se que o sucesso da banda depende de suas habilidades de agir como uma unidade. 'Nós estamos tão gratos por isso, nós temos amigos em casa lutando para pagar suas contas de água com sua música. Nós queremos tirar a maior vantagem que pudermos dessa oportunidade enquanto nós continuamos sanos'.

Quando o Paramore começou os membros eram jovens, bem jovens. Alguns saíram, alguns ficaram e cresceram, eles cresceram separadamente e quase acabaram. De algum modo eles lidaram com isso e superaram, transformando suas vidas em cacos e relacionamento fraturados e e encaixá-los dentro de uma espécie de espelho que reflete sua união, os permitindo a fazer o que amam fazer. 'Brand New Eyes' é sobre medo, cair e encontrar um novo ponto de equilíbrio. É real, estranho, dolorosamente real. É o melhor album que o Paramore já fez."

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